Em um momento de aperto monetário e incertezas econômicas, o setor imobiliário brasileiro demonstra força e capacidade de adaptação. A taxa Selic a 15% ao ano representa um desafio histórico, mas não interrompeu a trajetória de crescimento nem o interesse de consumidores e investidores.
Este artigo traz uma análise completa desse cenário, destacando dados recentes e oferecendo sugestões práticas para quem deseja aproveitar oportunidades, seja comprando, alugando ou investindo.
Desde setembro de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic de forma contínua, alcançando em junho de 2025 o patamar mais alto em quase duas décadas. O objetivo principal dessas decisões foi conter uma inflação persistente, preservando o poder de compra da população.
Embora o aumento dos juros encareça o crédito, também fortalece o real e atrai capitais estrangeiros, em um cenário de cenário de juros reais altos. O setor imobiliário, por sua vez, equilibra pressões de custo com expansão de lançamentos, sustentado por um estoque robusto de projetos concluídos ou em andamento.
No primeiro trimestre de 2025, as vendas de imóveis residenciais registraram alta de 15,7%, totalizando 102.485 unidades negociadas. No mesmo período, os financiamentos cresceram 16%, mostrando que o crédito continua disponível, ainda que mais caro.
Confira abaixo um resumo comparativo dos principais indicadores:
A previsão da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima crescimento de 2,3% para o setor em 2025, acima do PIB nacional. Esse desempenho reflete a demanda reprimida e resiliente por imóveis em diversas regiões do país.
Com a Selic a 15%, o custo de financiamento subiu de forma acentuada, levando parte dos compradores a adiar projetos ou buscar alternativas de locação. Por outro lado, investidores aproveitam o reajuste anual de contratos atrelados ao IPCA, elevando ganhos com aluguéis.
Esses impactos geram um movimento de migração parcial de compradores para o mercado de locação e fortalecem o papel do investimento em imóveis como proteção patrimonial, num momento de volatilidade.
Apesar do cenário de juros elevados, pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da CBIC indicam cautela moderada. Apenas 32% dos empresários se declaram confiantes, mas a maioria planeja novas iniciativas:
Esse movimento revela intenção de expansão dos negócios, sustentado pela percepção de que imóveis continuam atrativos frente a outras aplicações.
Entidades como ABRAINC, CBIC e CNI exercem pressão para que políticas públicas sejam ajustadas, visando aliviar o custo do crédito e estimular a construção civil. Entre as principais reivindicações destacam-se:
A articulação dessas demandas poderá redefinir o ritmo de expansão do setor, criando um ambiente mais favorável para investidores e compradores.
Mesmo em ambiente de juros altos, é possível encontrar janelas de oportunidade. Confira sugestões para diferentes perfis:
Adotar uma postura proativa, mantendo diálogo com profissionais de mercado e avaliando cenários alternativos, pode transformar incerteza em vantagem estratégica.
O mercado imobiliário brasileiro prova sua resiliência mesmo diante de um ciclo de ciclo de elevação iniciado em setembro e de taxas próximas ao recorde histórico. A combinação de demanda reprimida, solidez dos lançamentos e busca por busca por imóveis de aluguel mantém o setor aquecido.
Para consumidores, investidores e incorporadoras, entender as nuances desse momento é essencial. Com análise cuidadosa e estratégias alinhadas, é possível superar desafios e colher resultados sólidos, transformando o aperto monetário em condição de fortalecimento a longo prazo.
Referências