O Brasil vive um momento de transição em 2025, em que indicadores apontam avanços moderados no consumo interno. Após os choques provocados pela pandemia e pela instabilidade econômica, as famílias começam a retomar compras e reequilibrar orçamentos.
Embora haja sinais positivos, o ritmo de crescimento ainda inspira cautela. Setores como varejo, educação e construção se destacam, mas em meio a juros elevados e inflação persistente, o cenário se apresenta desafiador.
O primeiro trimestre de 2025 registrou um aumento de 2,48% no consumo dos lares brasileiros, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados. Esse resultado reflete melhora no mercado de trabalho e redução da inflação em itens essenciais.
O Indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 0,5% em junho, alcançando o melhor patamar mensal desde maio de 2024, mas ainda acumula queda de 1,3% em doze meses. O componente de acesso ao crédito avançou 2,5% no mesmo período.
O índice Ibovespa registrou valorização de 12,29% entre janeiro e abril de 2025, mostrando que investidores voltaram a apostar em papéis atrelados ao consumo interno. As perspectivas de cortes na taxa Selic e recuperação da economia sustentam esse movimento.
Algumas ações se destacaram pela forte valorização no ano:
No entanto, nem todos os segmentos tiveram desempenho positivo. Setores sensíveis ao custo do crédito, como o aéreo e derivados de petróleo, registraram fortes quedas. A AZUL4 despencou 80% no acumulado do ano, enquanto algumas ações de energia caíram até 40%.
Em meio à recuperação gradual, surgem padrões de comportamento que moldarão o futuro do varejo e da indústria de bens e serviços.
Apesar dos avanços, vários obstáculos continuam a limitar a expansão do consumo em ritmo mais acelerado.
O cenário exige atenção não apenas aos indicadores financeiros, mas também ao grau de confiança das famílias. Um aumento súbito nos juros ou uma nova turbulência global pode frear ganhos de curto prazo.
Para que o ritmo de recuperação seja mais robusto, alguns fatores serão determinantes nos próximos meses:
Se essas medidas se mostrarem efetivas, poderemos ver uma aceleração no consumo de bens duráveis e serviços, com reflexos positivos na valorização das ações do setor.
Em suma, a recuperação moderada do consumo em 2025 carrega em si a esperança de uma retomada mais consistente, mas também o alerta para que governantes, instituições financeiras e empresas atuem de forma coordenada. O desafio é manter o equilíbrio entre acesso ao crédito mais amplo e o controle de riscos, ao mesmo tempo em que se atende a um consumidor cada vez mais exigente e em busca de experiências inovadoras. A união desses esforços definirá se o Brasil conseguirá transformar esse momento de cautela em um novo ciclo de crescimento sustentável.
Referências