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Commodities ganham força com aumento da demanda global

Commodities ganham força com aumento da demanda global

18/04/2025 - 08:38
Fabio Henrique
Commodities ganham força com aumento da demanda global

O mercado de commodities em 2025 atravessa um momento crítico e cheio de contradições. Enquanto alguns produtos enfrentam queda de preços, outros despontam com força renovada, moldados por fatores regionais e geopolíticos. Neste artigo, exploraremos as dinâmicas centrais desse cenário e apresentaremos recomendações para quem atua neste universo.

Com bases nos dados mais recentes do Banco Mundial e de organismos internacionais, oferecemos uma análise detalhada e insights práticos para exportadores que desejam aproveitar oportunidades emergentes e mitigar riscos.

Contexto Global e Perspectivas de Demanda

Em 2025, o mercado global de commodities enfrenta tensões comerciais crescentes, políticas protecionistas e uma oferta robusta que pressiona para baixo os preços. O Banco Mundial projeta uma queda de 12% em 2025 e mais 5% em 2026, atingindo níveis nominais inéditos desde 2020.

Apesar desse recuo, a demanda global mantém-se relevante, sobretudo em regiões onde o consumo supera a produção. O caso do açúcar na Ásia ilustra bem esse desequilíbrio: enquanto a China consome 15,6 milhões de toneladas, a Índia lida com um déficit de 3,2 milhões de toneladas.

  • Crescimento robusto da oferta de energia pressiona preços
  • Metais preciosos ganham com geopolitica e compras de bancos centrais
  • Fertilizantes e bebidas mantêm-se resistentes

Diagnóstico por Segmento

Cada grupo de commodities reage de maneira distinta ao mix de oferta, demanda e especulação financeira. Vamos detalhar os principais segmentos:

  • Energia: projeção de +1,2 milhão de barris/dia em oferta e +0,7 milhão na demanda em 2025
  • Petróleo: dilema da OPEP+ entre cortes para sustentar preços ou ganho de participação de mercado
  • Metais e Minerais: leve queda em 2025-26, reflexo do arrefecimento da demanda industrial na China
  • Agrícolas: recuo gradual de preços, exceto para o açúcar devido a fatores regionais

Casos Regionais e Desequilíbrios

A Ásia segue como motor de crescimento, não apenas pelo alto consumo de energia, mas também pela demanda por alimentos e metais. Já a África e o Oriente Médio se tornam mercados-alvo para exportadores que buscam diversificar.

Veja abaixo dados-chave para entender esses fluxos:

Fatores Estruturais e Inovação

Além dos elementos clássicos de oferta e demanda, novas forças estão redesenhando o setor de commodities. As políticas de transição energética nos países desenvolvidos promovem deslocamento da demanda por combustíveis fósseis em favor de energias renováveis e veículos elétricos.

A inteligência artificial também surge como catalisadora de eficiência, desde a previsão climática para safras até a otimização de rotas logísticas. O FMI destaca que, ao aumentar a produtividade, a IA pode reduzir custos e, em certos casos, mitigar choques de oferta climáticos.

Perspectivas e Recomendações para Exportadores

Em um ambiente marcado pela volatilidade acima da média histórica, estratégias de hedge bem calibradas tornam-se cruciais. Empresas devem:

  • Monitorar índices de preços e volumes de estoque global
  • Explorar mercados com desequilíbrios regionais, especialmente na Ásia e África
  • Investir em contratos futuros e opções para proteger margens
  • Adotar tecnologias digitais para ganho de eficiência logística

Adicionalmente, uma postura proativa frente às políticas comerciais—seja buscando acordos bilaterais ou entendendo barreiras tarifárias—pode fazer a diferença na rentabilidade.

Conclusão: Cenários de Risco e Oportunidade

O quadro atual apresenta desafios significativos: queda de preços, incertezas políticas e riscos climáticos. Por outro lado, há claras oportunidades em segmentos específicos, como metais preciosos e açúcar, guiadas por fatores regionais.

Para os agentes do mercado, a combinação entre visão estratégica de longo prazo e adoção de ferramentas de gestão de riscos será determinante para navegar neste novo “normal”. Com planejamento e agilidade, é possível transformar volatilidade em vantagem competitiva.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

Fabio Henrique