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Empresas do varejo se adaptam a novos hábitos de consumo

Empresas do varejo se adaptam a novos hábitos de consumo

15/04/2025 - 11:17
Fabio Henrique
Empresas do varejo se adaptam a novos hábitos de consumo

Em um cenário global marcado por transformações rápidas, o varejo brasileiro se reinventa e descobre novas formas de se conectar com um público cada vez mais exigente. A combinação de tecnologias emergentes, mudanças de hábito e maior consciência ambiental tem impulsionado adaptações profundas que prometem redesenhar o setor até 2027.

Com investimentos recordes em inovação, a adoção de soluções digitais e a busca por eficiência, as empresas se preparam para responder a uma força de consumo que valoriza conveniência, agilidade e personalização. Nesse contexto, os varejistas têm explorado avanços tecnológicos e expectativas crescentes para se manterem competitivos e fidelizar clientes.

A revolução digital no varejo

O processo de digitalização do varejo vai muito além de disponibilizar produtos em um e-commerce. Trata-se de repensar toda a cadeia de valor, da gestão de estoque ao pós-venda, com foco em eficiência e experiência. A inteligência artificial é uma das maiores protagonistas desse movimento: pesquisas apontam que 90% das empresas planejam implementá-la até 2025 para prever comportamento do consumidor, personalizar ofertas e otimizar preços em tempo real.

Além disso, tecnologias como realidade aumentada e realidade virtual ganham espaço em experiências nas lojas, permitindo que o consumidor visualize produtos em ambientes personalizados. Sistemas de chatbots e assistentes virtuais têm sido aprimorados para oferecer experiências digitais interativas em tempo real, reduzindo filas e ampliando o atendimento 24 horas por dia.

Novos perfis e comportamento do consumidor

O crescimento do e-commerce no Brasil, que alcançou R$ 204,3 bilhões em 2024, revela tendências que exigem uma leitura apurada do mercado. A Geração Z, por exemplo, compra online com frequência semanal, enquanto consumidores mais maduros buscam equilíbrio entre lojas físicas e digitais. Em todos os perfis, a busca por personalização se destaca.

Dados mostram que 85% dos consumidores fazem compras online pelo menos algumas vezes ao mês, e a exigência por interações que reflitam suas preferências individuais é cada vez maior. As marcas que investem em dados detalhados para criar experiências únicas conseguem fortalecer relacionamentos e aumentar o ticket médio, uma vez que a oferta certa chega ao cliente no momento ideal.

  • Geração Z: maior frequência de compras online.
  • Consumidores Millennial: equilíbrio entre digital e físico.
  • Gerações mais maduras: mais cautelosas, valorizam atendimento presencial.

Hiperpersonalização e experiência do cliente

A hiperpersonalização vai além de endereços e nomes em e-mails: utiliza mineração de dados, machine learning e análise de comportamento para construir jornadas únicas. Cada ponto de contato – seja um anúncio, um push notification ou uma oferta exclusiva – é calibrado para ressoar com os interesses individuais.

Para colocar essa estratégia em prática, muitas empresas adotam plataformas de gestão de relacionamento (CRM) integradas a sistemas de automação de marketing e ferramentas de analytics. Dessa forma, é possível ajustar preços, recomendar produtos e antecipar necessidades, tudo com precisão e agilidade.

Sustentabilidade e responsabilidade social

Em um mundo cada vez mais preocupado com as consequências ambientais da produção e do consumo, a sustentabilidade deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. Segundo pesquisa global, 73% dos consumidores estão dispostos a mudar seus hábitos para reduzir impactos — o que coloca pressão sobre processos produtivos, embalagens e logística.

Para atender essa demanda, o varejo investe em práticas de redução de emissões e economia circular, além de implementar programas de rastreabilidade que exibem a origem de matérias-primas e as condições de trabalho em toda a cadeia. Sistemas de gestão com módulos ESG auxiliam na monitorar a pegada de carbono e a comunicar resultados de forma transparente.

Omnichannel e integração de canais

O conceito omnichannel consolida-se como padrão de mercado, eliminando barreiras entre loja física, e-commerce, aplicativo e redes sociais. A experiência do cliente se dá de maneira fluida, permitindo que ele inicie uma compra em um dispositivo e finalize em outro sem atritos.

Essa estratégia exige infraestrutura robusta de TI, treinamento de equipes e parcerias estratégicas. Ao mesmo tempo, garante maior conveniência e fortalece a percepção da marca. Confira uma comparação entre canais:

A gestão integrada de canais possibilita ofertas como “compre online e retire na loja” ou atendimento via WhatsApp para tirar dúvidas instantaneamente, reforçando o envolvimento do cliente e agilizando o processo de compra.

Estratégias de marketing e o futuro do varejo

Com a queda de investimentos em mídias tradicionais, como TV e jornais, o marketing digital assume o protagonismo. Influencers, comunidades online e marketplaces próprios tornam-se ferramentas-chave para engajar e converter. Nesse ecossistema, as marcas precisam ser autênticas, éticas e transparentes.

Algumas práticas que já se consolidam no mercado incluem:

  • Criação de conteúdos relevantes em redes sociais.
  • Parcerias com influenciadores e microinfluenciadores.
  • Desenvolvimento de programas de fidelidade baseados em dados.
  • Promoções personalizadas e gamificação da experiência de compra.

Para pequenos e médios varejistas, a recomendação é investir em plataformas acessíveis de CRM e e-commerce, aproveitar o potencial das redes sociais e adotar modelos de negócio que mesclem vendas online e offline.

Em um horizonte de transformação contínua, as empresas que souberem combinar tecnologia, dados, sustentabilidade e foco no cliente estarão preparadas para prosperar. O varejo de 2027 será definido por quem antecipar tendências, adotar soluções inovadoras e colocar o consumidor no centro de cada decisão.

Desafios existem, mas as oportunidades são ainda maiores. Ao abraçar a digitalização, a hiperpersonalização e as práticas ESG, o setor se fortalece, criando uma relação de confiança e valor com o público. O futuro do varejo já começou — e a hora de se adaptar é agora.

Fabio Henrique

Sobre o Autor: Fabio Henrique

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