O mercado de fundos imobiliários (FIIs) vem revelando uma surpreendente resiliência em 2025. Após meses de tensão causados pelos juros elevados, investidores observam com otimismo a recuperação consistente do segmento logístico.
O Índice de Fundos Imobiliários da B3 (IFIX) encerrou março de 2025 com alta de 6,14% no IFIX, refletindo a confiança renovada dos players no setor. A economia brasileira, apesar dos juros ainda elevados, surpreendeu o mercado ao registrar um crescimento de 2,3% do PIB brasileiro, acima das expectativas.
Esse cenário tem alimentado a expectativa de que, no segundo semestre, a taxa de juros comece a estabilizar ou até recuar. Tal perspectiva reforça a decisão de muitos investidores em reposicionar suas carteiras com foco em ativos que ofereçam renda e potencial de valorização.
Os FIIs de logística iniciaram o ano com um P/VP médio de 0,75x, abaixo da média do IFIX (0,86x). Essa diferença evidencia a oportunidade de compra de cotas negociadas em patamares atrativos, capazes de gerar ganhos de capital no futuro.
Além disso, o dividend yield médio anualizado de 11,8% confirma o papel desses fundos como fonte de renda passiva. Alguns exemplos de alta performance em 2025 impressionam: o LFTT11 (LOFT II FII) acumulou valorização de 101,13% no ano.
Grandes gestoras apontam que os contratos longos, aliados a penalidades significativas em caso de rescisão antecipada, garantem um contratos atípicos de longa duração e estabilidade no caixa.
Para quem busca exposição segura ao segmento logístico, alguns FIIs se destacam pela solidez de seus ativos e contratos. Veja a seguir três opções frequentemente recomendadas por analistas:
Esses fundos combinam valorização abaixo do valor patrimonial e contratos que garantem previsibilidade de receitas, atraindo investidores conservadores e institucionais.
O crescimento acelerado do e-commerce continua impulsionando a demanda por galpões e centros de distribuição. A preferência recai sobre os chamados galpões “last mile”, localizados em um raio de 30 quilômetros de grandes centros urbanos, especialmente da capital paulista.
Novos empreendimentos são rapidamente absorvidos pelo mercado, o que reforça a tese de que a oferta de ativos de logística ainda não conseguiu acompanhar a expansão da demanda. Gestores destacam a importância dos contratos exclusivos, que propiciam um fluxo de caixa estável mesmo em cenários adversos.
Embora o setor apresente oportunidades sólidas, é fundamental estar atento aos riscos latentes. Entre os principais, destacam-se:
Equilibrar o portfólio e analisar a filosofia de diversificação e segurança de cada fundo é essencial para mitigar riscos e manter a consistência dos rendimentos.
Se a previsão de queda ou estabilização da taxa de juros se concretizar, o segmento logístico terá espaço para ganho de capital adicional em suas cotas. A expectativa de redução dos custos de financiamento pode elevar o interesse de investidores institucionais e estrangeiros.
Além disso, a maior oferta de recursos e a ampla liquidez no mercado de FIIs podem atrair novos participantes, ampliando a base de cotistas e fortalecendo o ambiente de negociação.
Em meio a um cenário econômico ainda desafiador, os FIIs logísticos se destacam por oferecer uma combinação única de renda passiva e potencial de valorização. Com ativos de última milha com grande demanda e contratos sólidos, o setor se consolida como protagonista na estratégia de longo prazo de investidores que buscam estabilidade e retorno.
Investir em fundos de logística requer análise cuidadosa de indicadores de mercado, contratos e qualidade dos ativos. Ao equilibrar riscos e oportunidades, é possível construir um portfólio robusto, alinhado às tendências do comércio eletrônico e às evoluções da cadeia de suprimentos.
Referências