No cenário econômico de 2025, os títulos públicos brasileiros ganham protagonismo, especialmente aqueles atrelados ao IPCA. Com a Selic em 15% ao ano e sinais de desaceleração inflacionária, investidores buscam novas formas de proteger seu patrimônio e gerar rendimentos superiores à inflação.
Este artigo explora em detalhes por que o interesse nesses papéis cresce, apresenta dados de rentabilidade e oferece orientações práticas para quem deseja incluir títulos indexados à inflação em sua estratégia.
Desde o início de 2025, o Boletim Focus mostra projeções de crescimento do PIB em patamar moderado e expectativas de inflação ao redor de 5,24% no IPCA. A taxa Selic, fixada em 15%, cria um ambiente de elevada rentabilidade nas diversas linhas de renda fixa.
Em junho, o IPCA-15 registrou alta de 0,26%, indicando uma desaceleração em relação aos 0,36% de maio. Esse indicador reforça a confiança de parte dos investidores, pois sinais de inflação controlada reduzem os riscos associados aos papéis indexados.
Os títulos atrelados ao IPCA, disponíveis no Tesouro Direto como Tesouro IPCA+ (sem pagamentos periódicos) e Tesouro Renda+ (com cupom semestral), ajustam o valor do principal e dos juros conforme a variação do índice de preços. Essa característica garante ao investidor a rentabilidade real ajustada pela inflação, preservando o poder de compra do montante investido.
Esses papéis podem ser adquiridos com diferentes vencimentos, indo de 2030 até 2065, permitindo que cada investidor escolha o prazo que melhor se encaixe em seus objetivos financeiros.
Os dados demonstram que, em maio, os papéis indexados de longo prazo foram os campeões de rendimento no universo da renda fixa. A marcação a mercado, influenciada pelas expectativas de inflação e juros, pode gerar oscilações de preço, o que exige atenção de quem planeja negociações antes do vencimento.
O movimento de alocação em títulos indexados à inflação ganha força por diversos motivos. Em um cenário de juros altos, muitos investidores já aproveitam o Tesouro Selic para liquidez diária, mas percebem que o IPCA+ pode oferecer vantagens adicionais no médio e longo prazo.
Entre as principais vantagens, destacam-se a proteção contra a inflação e volatilidade e a previsibilidade do retorno real. Além disso, quem busca renda periódica conta com os cupons de juros semestrais do Tesouro Renda+.
No entanto, existem riscos que devem ser ponderados. A marcação a mercado pode provocar perdas nominais em caso de venda antecipada, sobretudo se as taxas de juros caírem rapidamente. Além disso, o horizonte de vencimento longo demanda disciplina e paciência.
Para incluir títulos indexados à inflação na carteira de forma inteligente, é importante considerar:
Além disso, investidores podem aproveitar o lançamento de títulos como o Tesouro Educa+ e o Tesouro RendA+, que em maio captaram R$ 124,9 milhões e R$ 454 milhões, respectivamente, ampliando as opções de diversificação.
Com a projeção de inflação em 5,24% para 2025 e juros elevados, os papéis indexados devem continuar atraindo recursos. O volume recorde de R$ 6,86 bilhões captado no Tesouro Direto em maio reforça esse movimento.
Para quem planeja a aposentadoria ou quer garantir ganhos reais, os títulos atrelados ao IPCA podem ser peças-chave de uma estratégia robusta. A combinação entre proteção inflacionária e rentabilidade real acima da inflação torna esses ativos fundamentais em um portfólio moderno.
Por fim, manter-se informado sobre decisões do Banco Central e dados de inflação é essencial para ajustar a alocação conforme a conjuntura. O investidor preparado, com visão de longo prazo e diversificação, terá melhores chances de alcançar seus objetivos financeiros em 2025 e além.
Referências